teorias evolucionistas de Lamarck, Darwin Neodarwinismo
→Teorias Evolucionistas de Lamarck, Darwin Neodarwinismo
- Lamarck
A teoria postulada por Jean-Baptiste Lamarck no século XIX, embora tenha sido refutada posteriormente por Darwin, foi importante para romper a barreira fixista ou criacionista que existia acerca da origem das diferentes espécies em uma sociedade onde a igreja possuía grande poder político, social e científico.
Para Lamarck, o ambiente gerava necessidade de adaptação nos indivíduos que se esforçavam para alcançá-la. Sua Teoria, conhecida como Lamarckismo, girava em torno de duas leis:
- Lei do uso e desuso: Que dizia que os membros e órgãos mais utilizados se desenvolviam mais que os membros e órgãos não utilizados, podendo estes últimos até se atrofiar pelo desuso.
- Lei da transmissão dos caracteres adquiridos: Essas alterações e modificações eram enviadas para as gônadas para que sejam formados gametas já com as modificações do organismo, podendo, dessa forma, gerar descendentes já adaptados.
Os estudos posteriores mostraram que a lei do uso e desuso não fazia sentido uma vez que as modificações fisiológicas e corporais de um indivíduo não estão relacionadas com seu esforço ou vontade de modificação. Ainda assim, o Lamarckismo foi importante para estabelecer que os organismos sofrem variações ao longo do tempo, contrapondo as idéias criacionistas de que os seres vivos seriam imutáveis.
- Darwin
Darwin foi um importante naturalista britânico que ficou conhecido por sua obra A origem das espécies por meio da seleção natural, publicada em 1859. Nela Darwin tentou explicar os mecanismos que levam às mudanças nas espécies ao longo do tempo e são responsáveis pelo surgimento de novas espécies. Seu trabalho apresenta dois pontos principais: a ancestralidade comum e a seleção natural.
Darwin, em seu trabalho, mostrou evidências de que as espécies sofrem mudanças ao longo do tempo e que elas surgem por meio de uma sucessão de ancestrais. Ele utilizou a expressão “descendência com modificação” para explicar essa ideia. Segundo Darwin, as espécies apresentam, portanto, ancestrais comuns e sofrem modificações ao longo do tempo que levam ao surgimento de novas espécies com base nesses ancestrais.
A ancestralidade comum pode ser demonstrada quando observamos, por exemplo, as características homólogas, que possuem semelhanças entre si, mesmo apresentando, algumas vezes, funções diferentes.
Os membros anteriores dos mamíferos são exemplos de estruturas homólogas. Quando comparamos os membros dos seres humanos, dos cachorros, das baleias e dos morcegos, percebemos que, mesmo tendo diferentes funções, eles apresentam os mesmos elementos esqueléticos básicos. Essas estruturas não surgiram de maneira independente em todas essas espécies, sendo, o mais provável, provenientes de um ancestral comum
Darwin fez uma série de observações e pôde concluir que as populações apresentam indivíduos com diferentes características, as quais podem ser passadas de uma geração para outra.
Os indivíduos que herdam características que lhes conferem vantagem de sobrevivência, apresentam maior chance de desenvolver-se e reproduzir-se, passando essa característica vantajosa aos seus descendentes. Aqueles que apresentam características menos vantajosas, apresentam menos chance de sobrevivência e também de reprodução. Ao longo das gerações, percebe-se que a característica vantajosa vai aumentando entre os indivíduos devido ao seu maior sucesso reprodutivo.
Podemos exemplificar como a seleção natural atua utilizando o clássico exemplo do pescoço da girafa. De acordo com as ideias de Darwin, existiam girafas de pescoço longo e girafas de pescoço curto. As girafas de pescoço curto apresentavam maior dificuldade de conseguir alimento em locais mais altos, quando os vegetais mais baixos estavam escassos. As girafas de pescoço longo apresentavam vantagem, uma vez que conseguiam alimentar-se em árvores com a copa mais alta.
Ao longo do tempo, observou-se um aumento da população de girafas de pescoço longo, uma vez que elas tinham maior chance de sobrevivência e de reprodução, passando essa características aos seus descendentes.
Darwin considerou a seleção natural como o principal mecanismo que leva à modificação das espécies ao logo do tempo. Vale destacar que, apesar de explicar o mecanismo de seleção natural, Darwin não tinha conhecimentos sobre genética e, portanto, não compreendia a forma como as características eram passadas para as gerações seguintes.
- Neodarwinismo
A Teoria Sintética da Evolução promove a união entre as ideias de Darwin, os estudos de Mendel e os avanços posteriores no campo da genética. Em 1910 Thomas Hunt Morgan, através de estudos utilizando a mosca da fruta (Drosophila melanogaster), conseguiu estabelecer teorias cromossômicas de herança e de mutação, mas ainda não conseguiu correlacionar com a Seleção Natural proposta por Darwin.
Foi 1918 que Ronald Fisher mostrou como as variações contínuas, ambientais e de espécie, resultaram em mudanças nos genes de um cromossomo. Seu estudo é considerado o ponto de partida para a síntese moderna. Em 1937, um dos estudantes de Morgan, Theodosius Dobzhansky, aplicou a teoria de Morgan juntamente com estudos sobre genética populacional em organismos da Natureza e este estudo é considerado o primeiro trabalho neodarwinista pleno.
Portanto, o Neodarwinismo mostra que vários fatores podem desencadear variabilidade genética entre indivíduos da mesma espécie. A mutação promove alterações ao acaso de pares de base no DNA e a recombinação gênica promove alterações em trechos de DNA dentro de processos Meióticos como o Crossing-Over, por exemplo.
Essas alterações no DNA fazem com que existam indivíduos geneticamente diferentes dentro de uma mesma espécie e esses indivíduos podem passar suas características para sua prole obedecendo as leis mendelianas de dominância. O ambiente, por outro lado, promove condições que selecionam os indivíduos mais aptos que outros a sobreviverem.
Dessa forma, o Neodarwinismo correlaciona as alterações cromossômicas e conceitos hereditários de Mendel, com a Seleção Natural de Darwin e os conhecimentos genéticos e de cromossomos surgidos a partir do século XX.
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